Mesa Redonda: A Linguística Cognitiva no Brasil

 

 

Por uma mente não descarnada - as relações entre o biológico e o cultural na Linguística Cognitiva

 

 

Edwiges Maria Morato

Universidade Estadual de Campinas

 

Ainda que a Linguística Cognitiva (LC) não seja um bloco monolítico, uma das teses centrais do programa teórico do campo é a de que a modulação da experiência cognitiva humana é constituída pelas práticas sócio-culturais. Reconhece-se, assim, que nossa cognição é um resultado de nossas atividades psico-sociais, e não um antecedente. Outra tese geral admitida pelas principais tendências da LC é a da corporeidade dos processos cognitivos, o que aponta para uma rediscussão do velho problema corpo-mente, dentre outras tantas dicotomias clássicas.

Sendo o problema corpo-mente um tema que tem exigido uma arbitragem interdisciplinar, não é à toa que a LC, assim como as Neurociências, tem se constituído como um verdadeiro mosaico de inteligibilidade frente a essa questão.

A recusa de uma “mente descarnada de seus usuários”, nesse sentido, não deixa de apontar distintas reflexões e métodos no campo da LC. Tal percepção se torna mais forte quando levamos em conta a maneira como é tratado o aspecto biológico na discussão da problemática cognitiva, ou, mais especificamente, como são estudados os processos cerebrais implicados na cognição e vice-versa.

O objetivo desta comunicação é apontar algumas tendências gerais da reflexão em torno da realidade cerebral no campo da LC, procurando observar alguns impactos e desafios que se colocam a para os estudos que envolvem linguagem e cognição.

 

 

 

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